Tratamento de mioma aumenta o sonho da maternidade

  • Mioma Uterino

Estima-se que uma entre quatro mulheres, em algum momento da vida, sofra com os sintomas decorrentes dos miomas uterinos

O pico de incidência da miomatose uterina em mulheres é dos trinta aos quarenta anos. Em alguns casos, não é raro encontrar jovens com miomas antes mesmo de serem mães. Hoje em dia, já existem técnicas dentro das mais diversas especialidades médicas que têm como principal objetivo propiciar tratamentos minimamente invasivos e, por isso, de pouco período de internamento, o que diminui as chances de complicações.

A técnica contábil Ivone dos Santos, de 45 anos, depois de sentir muitos sintomas indesejáveis que atrapalhavam sua vida pessoal e profissional, descobriu que tinha um mioma no útero. “Fui pesquisar na internet uma solução que pudesse ser uma alternativa aos tratamentos que me foram oferecidos. Descobri a embolização e isso mudou minha vida”, conta a contabilista, que já era mãe, mas desejava engravidar de novo. “O mioma foi tratado e desapareceu. Não senti nenhuma dor e ainda salvei o meu útero. Em 2007, depois do procedimento, engravidei mais duas vezes e, além dos meus primeiros filhos Lauana, de 21 anos, e João Antonio, de 16, ganhei duas filhas lindas, a Ana Clara, hoje com 4 anos, e a Ana Laura, que está com 1 ano e 5 meses”, agradece.

Os miomas são tumores benignos, não cancerosos, que se desenvolvem na pare de do útero com tamanhos variados, mas que podem ser tratados de diversas formas. Inclusive por método não-cirúrgico, como a embolização das artérias uterinas, um dos procedimentos mais comuns feitos pela Radiologia Intervencionista. É um procedimento de cateterismo que não necessi¬ta de pontos. “A embolização, em casos selecionados, pode ser uma alternativa efetiva de tratamento com altos índices de cura. É considerada minimamente invasiva por, inclusive, não necessitar de pontos. Isso é importante, pois aumenta a autoestima da paciente que, nestes casos, acaba por preservar o seu útero”, esclarece Dr. Alexander Ramajo Corvello, médico especialista em radiologia intervencionista. “A técnica é segura, re-conhecida no mais alto grau de evidência científica, apresentando uma re¬cuperação mais rápida. Em média, após dois dias de internamento no hospital, a maioria das pacientes retorna as suas atividades cotidianas. Além disso, se mantém viva a possibilidade da mulher tornar-se mãe”, afirma o médico, explicando que os sin¬tomas nem sempre são perceptíveis. Os tumores podem ser diagnostica¬dos em exames ginecológi¬cos de rotina e comple-mentados com a ecografia do útero ou com a ressonância magnética, para então se¬rem submetidos à em¬bolização quando possuem sintomas  como sangramento menstrual intenso, cólicas incapacitantes, vontade súbita de urinar ou perda de urina aos pequenos esforços.

Entendendo a técnica

A embolização do útero tem a finalidade de acabar com a alimentação dos miomas e pre-servar a função uterina. Tecnicamente, o proce¬dimento é realizado através de um pequeno fu¬rinho na pele, cerca de três milímetros na altura da virilha, e uma vez dentro da artéria do útero o médico radiologista intervencionista realiza a injeção de minúsculas partículas que bloqueiam o fluxo sanguíneo que alimenta o mioma ou os mio¬mas, fazendo-o regredir e tratando os tão indesejados sintomas, com um grau de sucesso entre 85% a 92% dos casos. O resultado com a melhora dos sintomas já pode ser observado nas primeiras menstruações.

Angioplastia

A Radiologia Intervencionista pode ajudar no tratamento de diversos tipos de problemas de circulação, de forma segura e com menor risco, incluindo a Angioplastia das artérias periféricas dos membros inferiores: indicada em caso de estreitamento das artérias por aterosclerose – placas de gordura.

O problema muitas vezes só é detectado através de exames, por isso é importante prestar atenção em alguns sintomas: falta de sensibilidade das pernas, coloração da pele, perda de força e dor ou queimação na musculatura da perna ao caminhar. Um cateter é introduzido na artéria femural, localizada na virilha e, depois de encontrado o local da obstrução, um pequeno balão é insuflado na ponta desse cateter para desobstruir a artéria, e um stent é liberado.

Esse procedimento foi o que salvou a mineira aposentada de Borda da Mata, dona Isaura Vieira Gubert, de 73 anos. Sempre muito ativa, ela precisou parar de fazer suas caminhadas e hidroginástica devido a dores em sua perna direita, acompanhadas de uma sensação de queimação. “Percebi que algumas veias começaram a se levantar. Achei que fazendo hidroginástica iria melhorar, mas não. De repente eu não conseguia mais andar. Caminhava uma quadra e tinha que parar”, ressalta. Quando procurou por um especialista, dona Isaura logo foi diagnosticada com obstrução das artérias. A recomendação foi a angioplastia com stent. “Foi uma beleza, a recuperação foi rápida, as dores desapareceram e voltei a fazer minhas atividades”, conta a mineira.

Oito meses depois, a outra perna de dona Isaura começou a incomodar. Os sintomas eram diferentes e ela achou que fosse trombose. Não deu muita importância para o fato e demorou a voltar ao médico. Teve que passar por um novo procedimento. “Foi um susto, mas agora estou bem. Até já fiz minha matrícula na academia pra fazer musculação e alongamento”, comemora.

Dr. Corvello diz que a possibilidade dos sintomas se manifestarem em outros locais, em períodos diferentes, pode sim acontecer. “A doença aterosclerótica é uma manifestação por todo o corpo, mas em cada paciente pode se manifestar de jeitos diferentes, depende do local em que as placas de gordura estão comprometendo a artéria. Assim, se entupir a artéria do rim pode ocasionar hipertensão de difícil controle, se for no intestino, o paciente pode ter dor após se alimentar, e se for na artéria do pescoço (carótida) pode ter sintomas neurológicos, como derrame. Por isso é tão importante o diagnóstico já no início e o acompanhamento rotineiro”, diz o médico.

Os avanços da medicina

“Hoje, é possível, desobstruir artérias e veias, fechá-las quando sangram, tratar um câncer diretamente dentro de um órgão, diagnosticar e tratar doenças do cérebro, cabeça e pescoço, tratar aneurismas no cérebro e nos órgãos da barriga (abdome) e da artéria Aorta. Ou, ainda, tratar tumores no fígado, comumente associados à cirrose ou hepatite C. São mais de 60 tipos de tratamentos diferentes ”, explica Dr. Alexander Corvello. “Através da técnica da Radiologia Intervencionista também é possível levar o tratamento quimioterápico diretamente ao tecido ou órgão comprometido, trabalhando em conjunto com os mais diversos especialistas de forma multidisciplinar e, assim, propiciar tratamentos menos invasivos, modernos e mais efetivos para os pacientes que procuram a cura das suas doenças”, diz o especialista.

A Radiologia Intervencionista permite procedimentos eficazes, minimamente invasivos, aliados a mais alta tecnologia e com equipamentos que garantam a precisão. Fique atento aos sintomas. Qualquer dor, inchaço ou cansaço procure um médico.