Feminilidade Preservada

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Pareceres da Sociedade Americana de Ginecologia e da Associação Médica Brasileira reafirmam que a embolização é um método seguro e garantido para tratar miomas

Os números são assustadores: estima-se que 70% das mulheres até os 50 anos apresentarão miomas uterinos em algum momento de suas vidas. Esses tumores benignos, também conhecidos como fibromas ou leiomiomas, nada mais são do que um crescimento anormal das células musculares do útero. Apesar da simplicidade da explicação, os problemas causados por eles alteram substancialmente a qualidade de vida das mulheres: dores, sangramentos excessivos, cólicas, perda espontânea da urina e até mesmo prisão de ventre podem ser decorrentes de miomas uterinos.
Para muitas mulheres, o útero simboliza a maternidade, a feminilidade e a fertilidade e sua retirada é um ato de agressividade física e psicológica. E, se entre as mulheres que já tiveram filhos o diagnóstico pode ser um choque, para as que ainda não tiveram a oportunidade pode significar o fim de um sonho.
“Felizmente, a Medicina desenvolveu técnicas que, se não acabam definitivamente com o problema, acabam com os sintomas e devolvem o bem-estar da mulher sem a necessidade, em casos selecionados, de retirar o útero”, informa Alexander Ramajo Corvello, radiologista intervencionista do Instituto de Radiologia Intervencionista do Paraná – Inrad e do Endorad. A mais moderna dessas técnicas é a embolização uterina, um procedimento com resultados cada vez mais positivos.
A embolização uterina, que é realizada apenas por radiologistas intervencionistas especializados, já é uma técnica reconhecida pela Medicina, pois apresentou diversas evidências de sua eficácia. Este ano, a Sociedade Americana de Ginecologia e Obstetrícia classificou a embolização uterina como procedimento “A” de evidência científica – a maior pontuação de classificação científica existente.
“O procedimento também é reconhecido pelas entidades oficiais brasileiras na área da saúde, como a Associação Médica Brasileira e a Agência Nacional de Saúde (ANS), que inclusive já incluiu a embolização uterina no rol de procedimentos reconhecidos pelo Ministério da Saúde”, explica Dr. Corvello. Para mulheres que ainda não tiveram filhos e apresentam miomas, a embolização é uma forma segura de sanar os problemas. A técnica pode propiciar a possibilidade de gravidez em até 30% dos casos após o procedimento, sendo um grande avanço para aquelas que não apresentavam nenhuma chance.

Liberdade

O período menstrual era um tormento para Leda de Matos Pellin, de 44 anos. O sangramento intenso provocava constrangimentos e dificultava suas atividades. “Os médicos diziam que era algo normal, mas aquilo me incomodava demais”, lembra ela. Finalmente, em 2006, após uma série de exames, Leda foi diagnosticada com miomas uterinos. Eram três miomas grandes e muitos outros menores, que causavam, além do sangramento, dores durante as relações sexuais.
O pesadelo de Leda começou quando o médico a informou que teria que se submeter a uma cirurgia para retirar o útero e um dos ovários. “Como eu já tenho três filhos e não pretendo ter outros, muitas pessoas me incentivaram a seguir em frente com a histerectomia. Mas eu simplesmente não me conformava, estava muito triste. Afinal, é um órgão meu, e eu decidi que lutaria até o último momento para mantê-lo”, conta ela.
Pesquisando na internet, Leda descobriu informações sobre a embolização uterina e decidiu procurar ajuda especializada de um radiologista intervencionista. “As explicações do médico me deixaram segura e tranquila. Decidi fazer o procedimento e estou feliz por ter sido persistente, pois hoje tenho um fluxo normal, nenhuma dor e não precisei me submeter à cirurgia”, diz Leda.

Alternativa

Jucimara Venâncio, de 46 anos, é muito cuidadosa com a própria saúde. Como vivenciou casos de câncer em parentes próximos, ela visita frequentemente o ginecologista para acompanhar os miomas que descobriu que tinha em meados de 2004. “No começo eles não incomodavam, pois eram nódulos pequenos. Depois, comecei a ter problemas para urinar e hemorragias intensas durante o período menstrual”, conta ela.
Apesar de já ter dois filhos, Jucimara afirma que a histerectomia nunca foi uma opção para ela. “Não é normal tirar um órgão assim. É uma parte importante do meu corpo, não pode ser simplesmente eliminada”, acredita ela. Foi por isso que decidiu buscar uma alternativa, no caso, a embolização uterina. “O trabalho do médico foi excelente. O corte foi mínimo e no dia seguinte já estava recuperada. Continuo acompanhando os miomas, que não cresceram mais, e hoje sei que meu corpo está bem”, comemora.

Histórico

A primeira embolização uterina foi realizada há exatos 30 anos, em 1979. Naquela época, o procedimento era utilizado apenas para reduzir as hemorragias pós-cesáreas – utilização que tem até os dias de hoje. Foi quase que casualmente que descobriu-se que a embolização trazia bons resultados também no tratamento de miomas.
A embolização atua bloqueando os vasos sanguíneos que “alimentam” os miomas. Sem receber oxigênio e nutrientes, as células anormais morrem e o mioma reduz de tamanho, dando fim aos sintomas incômodos. A técnica é minimamente invasiva e não precisa de pontos, pois não são feitos cortes grandes nem profundos. O médico faz um corte de no máximo dois milímetros na região da virilha, por onde introduz um fino tubo até as artérias uterinas, que irrigam os miomas. Então, injeta micropartículas plásticas para obstruir essas artérias.
O radiologista intervencionista Alexander Corvello ressalta que a técnica não interfere nas funções normais do útero, que passa a ser nutrido por circulações colaterais que mantêm sua vitalidade. Em apenas 1% dos casos mulheres acima dos 40 anos podem desencadear menopausa precoce, segundo a literatura especializada. A embolização uterina é indolor, pois não há terminais de dor no interior das artérias. O material utilizado para obstrução é um produto sintético utilizado há mais de 30 anos na medicina e que não provoca rejeição do organismo humano.
Parecer da AMBVários trabalhos científicos foram publicados em revistas médicas demonstrando a qualidade e efetividade do procedimento de embolização uterina para miomas. Pareceres oficiais das Sociedades Brasileira, Americana e Europeia de Radiologia Intervencionista demonstraram o real benefício e efetividade da técnica. Confira o parecer da Associação Médica Brasileira, que solicitou a inclusão da embolização no rol de procedimentos autorizados pelo SUS, emwww.inrad.com.br.Parecer da Sociedade Americana de GO
A Sociedade Americana de Ginecologia e Obstetrícia lançou recentemente um boletim oficial indicando procedimentos eficazes no tratamento dos miomas uterinos. Nesse documento, a embolização alcançou grau máximo de evidência, ou seja, foi considerada uma das técnicas mais seguras e com melhores resultados no controle do problema.
Acesse a íntegra em www.inrad.com.br.

Sintomas

Grande parte das mulheres que têm miomas nem sabem, pois os tumores geralmente são assintomáticos. Porém, o ginecologista ou o radiologista intervencionista devem ser consultados caso surjam os seguintes sintomas:
  • Dor no período menstrual;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • “Pressão” no ventre;
  • Sangramentos anormais;
  • Sensação de peso na barriga;
  • Aumento na frequência urinária;
  • Crescimento anormal do abdome;
  • Cólicas intensas.
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