Aneurismas da aorta afetam de 3 a 6% da população

  • Aneurisma de Aorta

Endoprótese pode ser solução para uma doença que mata em média 32 mil pessoas por ano em todo mundo

Os aneurismas são uma das doenças com maior índice de mortalidade no mundo responsáveis por aproximadamente 32 mil novos casos por ano segundo estatística realizada nos Estados Unidos. Os números de óbitos superam doenças conhecidas como a aids o câncer de próstata e cerebral. Ocorrem em 3 a 6% da população ocidental sendo mais incidentes no homem. 

O aneurisma pode ser definido como uma dilatação na aorta devido a uma fraqueza em sua parede. Esse aumento é localizado e permanente, resultando em um acréscimo de diâmetro em mais de 50% em relação a uma artéria normal. Em 90% dos casos aparece na artéria do tórax ou abdômen, mas pode surgir em qualquer outra artéria do corpo. A gravidade da doença é maior na aorta porque ela é o principal vaso do nosso corpo. É dela que se origina quase todos os vasos que vão levar o sangue. É como se ela fosse nossa principal via de acesso para os ramos que são suas vias secundárias”, exemplifica o médico intervencionista Dr Alexander Corvello, diretor da Inrad – Instituto de Radiologia Intervencionista. 

No abdômen por exemplo aorta abdominal supre todos os órgãos que lá se localizam direta ou indiretamente. É por isso que o aneurisma pode levar à morte quando chega ao estágio avançado. Se os ramos nutridores dos órgãos abdominais forem comprometidos e houverem rompimento se torna um quadro urgencial em que muitas vezes não há tempo para se chegar ao Hospital, frisa Dr Corvello. A maioria dos aneurismas não apresenta sintoma até que haja um aumento compressão de estruturas vizinhas ou quando ocorre alguma complicação ponto entre os sintomas possíveis a dor intensa e lancinante é a mais marcante. Ocorre pela infiltração do sangue na parede da aorta que através da pressão que o coração exerce sobre a circulação, faz como um tubo com várias camadas, com que ocorra a criação de uma falsa luz que leva, muitas vezes, à obstrução de artérias que levam o sangue aos rins e intestino, por exemplo, ocasionando um quadro extremamente grave. A este quadro dá-se o nome dissecção arterial e que pode ainda evoluir com a ruptura do mesmo de consequências catastróficas.

O problema pode ser diagnosticado ocasionalmente em exames clínicos quando se localizam perto da pele. Poucos podem ser vistos através de raio-x simples por isso, o exame mais apropriado para esse tipo de diagnóstico são a ultrassonografia e a tomografia, procedimentos rápidos e indolores que avaliam a medida precisa da extensão e diâmetro do aneurisma se forem necessários mais detalhes, podem ser utilizados a tomografia computadorizada ou ressonância magnética. 

Endoprótese

Existem três tipos de tratamento para os aneurismas. Um deles é a endoprótese método novo desenvolvido em 1990 pelo médico argentino Parodi e que, desde então foi se aperfeiçoando com a evolução constante dos materiais utilizados. O procedimento é realizado por meio de uma pequena incisão na região da virilha, pela qual a introduzida uma prótese feita de trama de metal e tecido especial (especificamente produzido para essa finalidade). “Essa prótese é chamada stent possue, tem formato tubular para tratamento do aneurisma da aorta torácica e tubular em forma de Y quando o acometimento é no abdômen, sempre imitando a anatomia do local a ser tratado, esclarece o médico.

Entre as vantagens da endoprótese em relação ao tratamento cirúrgico convencional estão a curta estadia hospitalar, retorno mais rápido as atividades do dia a dia, tempo de anestesia menor taxas de mortalidade baixas e pequena incisão. As complicações possíveis no implante de endoprótese de aorta, de acordo com a literatura médica, estão entre 0,5 a 2% dos casos. Para o procedimento, que dura em torno de uma hora e meia, o paciente é sedado e toma anestesia peridural ou local na maioria dos casos. Para submeter o paciente a esse tratamento, o especialista deve analisar minuciosamente a localização do aneurisma e, dependendo do resultado, a endoprótese pode não ser indicada. Existem no mercado diversos tipos de endoprótese de aorta com diferentes tipos de materiais. Torna-se então, importante a experiência do médico que irá realizar esse tipo de tratamento, para que ele posso escolher a melhor prótese para cada caso, diminuindo eventuais riscos inerentes ao próprio tratamento, adverte Doutor Corvello.

Outros Tratamentos

O tratamento é indicado para pessoas com alto risco cirúrgico como cardiopatas, hipertensos, pessoas com alterações neurológicas ou com qualquer risco anestésico. “Também é indicado para aqueles pacientes que possuem dissecção do aneurisma, que consiste no desenvolvimento de infiltração de sangue na parede da artéria. Tal fenômeno vai criar uma segunda luz na artéria (falsa luz) que comumente leva a oclusão (fechamento) ou perfuração da aorta, que pode levar o paciente a morte em poucos minutos”, conta.

Dr Alexander Corvello explica que outros dois tipos de terapêutica são as possibilidades de observação constante, somada ao tratamento conservador – indicada para pacientes com pequenos aneurismas e vida regrada – e a cirurgia convencional. Podendo também apresentar resultado efetivo, a cirurgia chamada “aberta”, é realizada por incisões maiores na pele para alcançar a aorta que será tratada – consiste na abertura da artéria e colocação de uma prótese em forma de tubo por dentro do aneurisma, que é fixada na parede interna por pontos.

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